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Formato ideal para o time

Montando equipes matadoras que você pode confiar


tl;dr

Não existe uma fórmula pra isso, mas tem como trabalhar.

Disclaimer

Não existem dois times iguais simplesmente porque não existem dois seres humanos iguais, cada mudança de um membro você tem um time completamente diferente.

Portanto já saímos com o Mindset de que experiências passadas ou paralelas no máximo “ajudarão” a guiar o nosso instinto com tendências que deram certo ou errado.

Apelando para o bordão: “O todo é maior que a soma das partes”.

Desespero-me?

De maneira alguma, vamos aprender com a história, sobre o que deu certo e utilizar valores, princípios e práticas que garantam um monitoramento da saúde do coletivo e construa a cultura e motivação adequada a cada indivíduo.

Como eram os projetos de produtos de software nos anos 70/80

O formato que as equipes trabalhavam era a produção de um software seguindo um modelo tradicional de gerenciamento de projetos, uma equipe desenvolvia e outra recebia para manter.


O que se percebeu na época foi que esse modelo de “On-going” produzia diversos efeitos colaterais no produto final dado que o time que implementava não tinha o mesmo compromisso em qualidade de quem manteria pro resto do tempo em produção.

Além do fato de que projetos usavam times diferentes até na construção antes da ida pra produção, principalmente entre as fases de concepção e implementação.

Como a grande maioria dos projetos atrasavam e os testes ficavam como fase final, era comum serem relegados em prol da data de entrega.

Eram comuns também projetos demorarem 2 anos até serem colocados em produção, alguns levavam quase meia década (em off, eu trabalhei em um que levou uma década pra entrar em produção).

Fábula da galinho e do porco

Vários profissionais experientes estavam desenvolvendo um modelo alternativo no início dos anos 90 (alguns iniciaram até um pouco antes), trocando informações entre si e por volta do final da década você tem algumas metodologias e métodos bem definidos e maduros.

Em 2001 nasce o famoso Manifesto ágil, que seria o contrato de valores fundamentais que definia o comum que esses modelos traziam para resolver os problemas na construção de Software.

Em resumo, daqui pra frente a abordagem de pensar em produto em vez de projeto e um time que deveria ter o compromisso na qualidade e ciclo de vida deste produto foi algo que deveria permeiar entre eles.


Entre outras coisas, conceitos como trazer os testes pra frente, já sabemos que sempre vai atrasar algo, então que a qualidade não seja comprometida.

Ultimamente Deploy contínuo, colocar em produção desde o primeiro dia pra ir ajustando a arquitetura com ferramental, monitoramento e Status Check.

“Ultimamente” entre aspas duplas, isso já tem pelo menos uma década.

Quem falou primeiro em equipes multidisciplinares

Vários autores da era Agile estavam referenciando times multidisciplinares e desenvolvimento de produtos.

Você tem um claro viés da transição nessa época no tópico “Production Support Team” no livro do Kent Beck, chamado Planning Extreme Programming de 2000.

Trecho desse tópico:

Two or four programmers volunteer to focus on fixing bugs. Each programmer spends a couple of iterations in production support, then rotates back to development. Every iteration there is at least one devel- oper doing their first iteration and at least one doing the second. This works well in that there is a pair that has the responsibility for dealing with support issues and this (usually unpleasant) work is rotated around the team. Actually it’s not the rotation that is key, it is the fact that the team decides themselves how to handle it.

Em tradução livre:

Dois ou quatro (1) programadores voluntários para focar no conserto de bugs. Cada programador levaria um par de iterações no suporte em produção, então rotacionam (2) de volta ao desenvolvimento. Cada iteração tem pelo menos um dev fazendo sua primeira iteração e outro fazendo a sua segunda. Isso funciona bem quando um par tem a responsabilidade de lidar com questões de suporte e este (geralmente desagradável) trabalho é rotacionado em torno do time. Na verdade, não é a rotação que é a chave, é o fato de que o time decide por si só como lidar com isso.

(1) Observe que número par, pra trabalhar no princípio de Pair Programming do XP.

(2) XP tem algumas práticas como Move People Around pra todos no time trabalharem em praticamente todos os requisitos e tecnologias.

Projeto tem começo, meio e fim. Mas um produto de software por ser maleável e evolutivo se difere do produto clássico das literaturas anteriores, dificilmente você vai matar um legado e na minha experiência nem faz sentido.

Afinal se aquela folha de pagamento está funcionando em Cobol, não temos tempo e dinheiro suficiente que demande uma mudança em vez de trabalhar em prol de novas abordagens de negócio.

Modelo Squads e Guildas

Não poderia deixar de citar o Spotify que chamou a atenção ultimamente para seu modelo multidisciplinar em torno da abordagem de construção de produtos. Uma evolução do pensamento dessas últimas duas décadas no mínimo.

https://medium.com/project-management-learnings/spotify-squad-framework-part-i-8f74bcfcd761

Um episódio bem leve e bacana sobre isso você escuta no Hipsters em seguida.

https://podtail.com/en/podcast/hipsters-ponto-tech/

Como selecionar o profissional certo?

Existem 3 tipos de profissionais quando falamos sobre evolução de uma produto em relação a tecnologia com times multidisciplinares:

  1. Aqueles que por algum motivo se apegam a uma tecnologia e a defenderão com qualquer argumento para não haver mudança;
  2. Aqueles que são Early Adopters e não querem trabalhar de forma alguma com legado;
  3. Aqueles que entendem a necessidade e compromisso de ter que manter o legado, mas se sentem incomodados e gostariam de evoluir pra próxima tendência.

Existem Trade-offs nas 3 abordagens na minha experiência, na média desses profissionais você tem as seguintes características respectivamente:

  1. São extremamente especialistas, conhecem a plataforma como ninguém e são mais aptos a solucionar problemas do presente, mas alimentam a ojeriza de qualquer mudança e até podem sabotar de forma inconsciente;
  2. São especialistas em multi plataformas, estão preparados para o novo, mas contribuem pouco durante a evolução em relação a manutenção do legado, em contrapartida são os guiadores do processo de substituição;
  3. São generalistas que podem atuar nas 11 posições (tomando analogia do futebol), não guiarão o processo de mudança, mas também não serão uma barreira de adoção.


Não quero “defecar” regra de qual tipo você deve dar atenção, acredito que é inevitável ter os 3 formatos no seu esquadrão, portanto é saber liderar e dosar o posicionamento correto de atuação entre os perfis.

Colocar o generalista ou o especialista do legado por exemplo pra puxar uma migração vai ser um tiro contra todos, vai conseguir desagradar a gregos e troianos.

Da mesma forma que colocar o Early Adopter pra manter legado e corrigir bugs vai só provocar ciúmes em quem ama a tecnologia e deveria ser o “dono”.

Mas claro, não são conselhos preditivos, existem graus entre os tipos e mais uma vez saber dosar requer um pouco de trabalho.

Além da diferença entre especialidade vs generalidade, você ainda enfrente a senioridade do profissional.

Efeito Sávio, Romário e Edmundo

Montar um time de estrelas quase nunca funciona

A melhor seleção brasileira de futebol considerada pelos críticos foi a de 82/86 com craques do porte de Zico e Sócrates perdendo penalti.

Você tem vários experimentos que unir muitas estrelas com o ego inflado vai provocar mais danos na moral do time do que resultados, além do que você provavelmente tem o Budget apenas pra montar um time coeso e defensivo com um bom artilheiro na frente e ganhar o tetra.

Feedback e Cultura

Como citei antes, dificilmente você vai conseguir matar um legado inteiro, então ter um time que consiga atuar bem em torno dos objetivos do produto demanda cuidar da cultura e um processo de Feedback que consiga identificar que tipo de profissional trabalha com você e não confiar apenas no instinto na hora de delegar responsabilidades.

Muitas vezes você atribui que alguém está acomodado ou não gostaria de evoluir uma plataforma, mas a cultura do seu ambiente não privilegia ou piora o desenvolvimento pessoal.

Algumas vezes o sujeito só está na hora errada em relação as suas motivações pessoais ou no time errado para suas habilidades.

Mas não quero dizer que você não deve ter profissionais caros e bons, claro que precisa, só que não precisam e dificilmente serão todos ou ter que remontar o time inteiro (aqui existem dezenas de variáveis a se discutir).

É fácil?

De forma alguma, mas temos literatura suficiente já “antiga” pra utilizar.


Em resumo o formato que melhor funciona durante toda a história do desenvolvimento de software é um time multidisciplinar com multisenioridade construindo um produto com autonomia completa se preocupando com todas as práticas de engenharia em prol da entrega, mas pensando ciclicamente na evolução constante e qualidade total.

Então para montar esse time crie uma jornada interessante, convoque múltiplos perfis adequados para ela e os motive com o objetivo certo, que é construir um produto sem defeitos e que entregue valor adequado a quem tem o problema que ele se dispõe a resolver e está disposto a utilizar!

Workshop online para entender sobre Redux construindo seu Redux

A maioria das empresas, principalmente no Brasil como podemos observar, utilizam o Redux como gerenciador do estado dos dados da aplicação.

Se você vai trabalhar com React, vai se deparar com ele em algum momento. Chegam muitos testemunhos de que o React é fácil, mas o Redux ainda é um entrave.

Mudança de Mindset

Utilizar as melhores práticas com o Redux requer pensar de forma imutável e funcional com uma biblioteca e linguagem multi-paradigma, além disso a própria documentação do Redux não facilita, ela é pra quem já tem esse Mindset e confunde mais do que ajuda.

Vamos pensar apenas em React

Acredito que uma forma de entender um motor de estados é entender qual o problema que ele resolve primeiro, depois como ele funciona, para isso proponho nesse Workshop resolver essa compreensão puramente com React, lib da qual todo mundo me fala que entende fácil e é logo produtivo.

Workshop Construindo seu próprio Redux

Construiremos um Centralized State Management baseado no Pattern Flux fortemente inspirado no Redux. Pré-requisito é entender um pouco de React, mas nada que numa manhã não aprenda, de qualquer forma revisitaremos alguns conceitos de funcionamento da árvore.

Todo o código já está disponível caso queira se aventurar sozinho nesse repositório, só acompanhar os commits https://github.com/cmilfont/learn-redux/commits/master. Provavelmente eu inclua mais algum detalhe até lá, revisite sempre.

Qual o investimento?

Apenas 200 reais, que você pode se inscrever aqui nesse link. [no futuro teremos uma versão bitcoin ;)]

[update] O Workshop já aconteceu e você pode adquirir os vídeos das aulas comprando no link anterior, mas não temos mais canal no slack pra novos participantes dessa turma.

Quando vai ocorrer?

Primeira turma será nos dias 15, 16, 17 e 18 de janeiro de 2018 iniciando todos esses dias as 19h até por volta de 21:00.

Formato online?

Utilizaremos o https://zoom.us/ para as aulas, os vídeos será disponibilizados para os inscritos após o curso.

Conteúdo

  1. Implementando acesso a dados no ciclo de vida da árvore React
  2. Utilizando banco de dados locais (IndexedDB) como fonte de dados
  3. Diferença entre props e state para manipular os dados
  4. Refatorando a centralização do estado de uma árvore
  5. Utilizando Context para conectar os componentes na árvore a uma mesma fonte
  6. Construindo o seu Redux: Store como provider do estado.
  7. Construindo o seu Redux: padronizando dispatch de ações.
  8. Isolando os componentes com Containers conectados ao Store
  9. Mapeando trechos do estado para as Views.

Próximos Workshops

Esse daqui servirá como pre-requisito a Workshops de Redux e Saga que serão disponibilizados em breve.

Radar Front-End 2018

Esse post é uma compilação de experiências de 2017 (e nos últimos anos pra falar a verdade) como um guia de recomendações para o foco em 2018. Analisando as respostas do “State of JS” para validar nosso Feeling com dados.

Linguagem

Javascript se tornou uma linguagem madura com um ecossistema rico de recursos auxiliares que a tornam presente no servidor, navegador e no seu celular.

Babel se tornou um padrão de fato para termos sempre as últimas novidades do JS, Typescript retornando com sucesso vencendo a concorrência contra o Flow e Webpack como Module Bundler tem aos poucos tornado obsoleto os anteriores (Grunt, Browserify e Gulp).


Indiferente da disputa histórica entre tipos dinâmicos e tipos estáticos, uma recomendação é sobre o pensamento imutável com Immutablejs.

Design Patterns


Domain Driven Design e outras coletâneas consagradas de padrões estão entrando na estante de livros do desenvolvedor Front agora com a maturidade do ecossistema e os Micro-frontends se tornando possíveis com algumas tecnologias como Import Async, seja utilizando o Webpack ou diretamente do Babel.


Sempre existiu uma grande necessidade do mercado em conservar código legado em vez de sempre reescrever tudo e agora a tecnologia nos permite uma evolução mais suave de como fazer isso.

Eu e a Kete Martins Rufino apresentamos “Transformando um front-end legado em uma React SPA” no ReactConfBR em outubro que traça algumas dicas e abordagens de como realizar essa evolução.

Frameworks

Falando em React, junto com Vue são as abordagens mais indicadas para focar em 2018 devido a sua recepção e crescimento aliado a esse pensamento de construção em blocos na evolução de legados em vez de um Framework de propósito geral que tenta resolver tudo. Óbvio que a escolha de um ecossistema envolve diversos aspectos, inclusive opinião pessoal.


Ouça o Hispters.tech sobre React que tentamos explicar um mundo de coisas sem código.

Algumas tecnologias como Reason, Elm e Clojurescript são interessantes, mas a realidade é que são relevantes apenas se você tem interesse especificamente em algumas poucas empresas que as utilizam.

Redux e Vuex

Se você abrir a lista de empresas que usam React ou Vue no BR e fizer um search vai perceber que praticamente 99,99% delas usam Redux e Vuex respectivamentes, que são um Centralized State Management.


Em outras palavras isso significa isolar o código que transforma e manipula seus dados para evitar acoplar nas suas Views tornando a manutenção e evolução bem mais robusta pela organização dessa abordagem.

Em composição a esse Mindset de coesão e baixo acoplamento também é recomendado um Middleware/Plugin que manipula chamadas assíncronas chamado de Saga, seja Redux ou Vuex, para evitar código dentro das Views.

Um Centralized State Management ainda facilita o Track e monitoramento de errors para PWA.

https://m.uber.com/looking

Progressive Web App

PWA não é uma tecnologia, é uma abordagem para construir Mobile Apps com os padrões WEB. No artigo “Progressive Web Apps: a palavra-chave é Progressive, não App ou Web” tem links, audio, video e slides sobre o tema.

Uma série de Apps já tem sua versão PWA: Twitter, Telegram, Instagram, Uber, Pinterest,… até o Tinder.

Middlewares

Com o lançamento do AWS AppSync agora no último re:Invent o GraphQL demonstrou que chamou a atenção e veio se consolidar como o Backend para o Frontend daqui pra frente.

É possível que Firebase, serverless campeão da atualidade, venha a oferecer GraphQL em breve.


Indiferente se você deseja continuar especialista em Front ou ganhar proeficiência no Backend pra se tornar um Full Stack, não vai poder ignorar Elasticsearch.

Esse motor de buscas é mais que uma DSL, hoje um mecanismo importante no Mindset imutável de construção dos seus Data Transfer Objects junto de Centralized State Management.

Automatizado

Integração Contínua Assíncrona com Jenkins

Por fim e não menos importante, um Front-end moderno não pode deixar de ser totalmente automatizado, desde o boilerplate gerador de build como o create-react-app, passando pelo Pipeline de CI com Jenkins (ou o seu preferido) a uma publicação em CDN como AWS Cloudfront.

Espero que esse guia de recomendações seja útil para sua evolução, deixe suas dúvidas nos comentários para complementarmos.