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Voce quer ser empreendedor?

Hoje em dia a grande moda é ser Co-Founder ou outro nome bonito da onda que gira em torno de Startups. Não tenho nada contra o modelo, pelo contrário, sou suspeito para falar porque já tentei manter e já trabalhei para Startups. O problema é justamente que ninguém fala dos problemas.

Estão vendendo um sonho de que se voce é um desenvolvedor, largue seu emprego e monte uma startup, ou ainda, dedique parte do seu tempo para a criação de uma. Isso é bacana e as idéias e modelos nascidos nessa linha são realmente fantásticas. Acho até melhor do que a onda de até um tempo atrás, aquela que dizia para você parar tudo e estudar para concursos numa espécie de lotaria factível.

Empreendedorismo

O que vejo errado são os motivos para se empreender. Como se trabalhar para alguém fosse algo nefasto ou que você é explorado por capitalistas porcos e o lucro fica com seu patrão, numa espécie de revisão marxista da errada mais-valia.

Empreendedorismo não se aprende na escola, desculpe se te fizeram acreditar nisso. A escola pode te lapidar, mas empreender é um dom como jogar futebol, ter lógica de programação, saber desenhar ou quaisquer outras aptidões que não conseguimos ensinar, está dentro de você. Existem motivos errados para empreender, como: Por amar um produto você deseja possuir a fabricação dele, se sentir menosprezado ou explorado pelo seu atual empregador, querer ficar rico, querer glamour de um Zuckerberg, ir na onda de que isso é a evolução natural de um bom desenvolvedor, etc.

Mas tenho que te alertar, empreender é um outro campo totalmente distinto e com sua particularidades, nem melhor e nem pior do que sua profissão, só diferente. Empreender nem sempre vai te fazer ter um patrimônio maior ou ganhar mais grana. Existem milhares de executivos e profissionais liberais com mais grana e patrimônio do que eu ou milhares de empreendedores.

Alguém deixar seu trabalho para fundar uma Startup por algum desses motivos que levantei soa para mim da mesma forma que alguém deixou de programar e foi fazer advocacia porque dava mais grana ou qualquer outro motivo que não a aptidão.

Empreender é outra “profissão” e exige conhecimentos que voce provavelmente não gostará de adquirir. Contabilidade e administração pode ser muito chato e entediante, mas necessário para um empreendedor. Sabe vender? Ou acha que vai ficar só retwittando seus produtos e esperando os compradores aparecerem como mágica?

Deixa eu te contar outra coisa que voce não lerá nos contos sobre Startups, aquela história de que “Construa que eles virão” é falácia. Construa, anuncie, divulgue, trabalhe, faço-os conhecerem, faça-os experimentarem, caia, levante.

O tiro de misericórdia, Startups não são o fim de um negócio, só o início, Startup quer dizer: “Projeto de empresa sem grana, fudido, com o sonho de um dia dar grana de verdade”. Voce acha que existem dois Twitters?

Acreditar em um modelo de sucesso e não perceber que ele é exceção é como achar que todo jogador de futebol ganha bem e é bem sucedido.

Não estou desencorajando ninguém a empreender, pelo contrário, estou alertando sobre os perigos de se iludir e não ter ninguém para te balançar. Se quiser empreender, empreenda, mas se voce tiver aptidão.

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A história do Jiujitsu como exemplo de empreendedorismo

MMA ou Mixed Martial Arts é um negócio atual lucrativo que rende bilhões de dólares e criou um mercado gigantesco em volta. Lutadores, que outrora brigavam entre si nas praias cariocas, hoje são empresários de sucesso e alguns até parceiros.

A história que todo mundo conhece e repete é aquela onde o Rórion Gracie levou aos USA a arte da família, cultivada e aperfeiçoada em solo brasileiro durantes décadas, o genuíno Jiujitsu Japonês que os próprios japoneses deixaram desaparecer.

Só que a história vai um pouco mais além, esconde alguns segredos que foram revelados no livro da Reila Gracie, filha do lendário Carlos Gracie, criador dessa dinastia de lutadores e responsável por um mercado que não existiria sem ele.

Você pode estar me questionando nesse momento – se não leu esse livro – se esse mercado que existe foi uma consequência involuntária das ações do Carlos Gracie, na verdade foi proposital, pensada e arranjada. Vou tentar resumir um livro de mais de 400 páginas e traduzir como esse homem foi um empreendedor.

Carlos Gracie era o irmão mais velho, foi o primeiro a treinar sob a tutela do Conde Koma, um japonês radicado no Pará e membro da famosa Kodokan, escola criadora do Judô. Até meados da década de 50 do século 20, o judô era chamado ainda de jiujitsu em grande parte do mundo, porque o Judô na verdade foi a reunião de todos os estilos de Jiujitsu que se uniram na Kodokan.

Carlos Gracie na verdade aprendeu o Judo Kodokan, que na época não era como o esporte olímpico que conhecemos hoje, os lutadores dessa escola viajavam o mundo inteiro disseminando o “novo estilo” por meio de desafios no que ficou conhecido aqui no Brasil por vale-tudo. Carlos Gracie e seus outros 4 irmãos nunca treinaram um estilo de Jiujitsu tradicional japonês, eles foram alunos do Jiujitsu Kodokan, nomeado aos poucos para Judô.

Desde o início o Carlos vislumbrou um negócio duradouro, uma espécie de empresa-família em volta do Jiujitsu.

Campeão da Família

Toda empresa que se preze tem uma marca bem trabalhada. Carlos instituiu o papel de Campeão da Família, que começou com ele próprio. Para se ter uma idéia de como ele planejou tudo com olhos de um empreendedor que pensa nos negócios, veja como ele escolheu seu sucessor.

Para se dedicar aos negócios com mais afinco, Carlos tinha que escolher um de seus irmãos para o papel de campeão da família, por todas as declarações da época, George Gracie seria o mais indicado. Lutador talentoso e vitorioso de todos as lutas que o irmão marcou para ele. O problema é que George era metido a playboy, indisciplinado e desobediente. Tanto é que chegou a fazer lutas combinadas, algo que o irmão detestava e ía contra aquilo que estava construindo.

Veja bem, até nisso ele planejou com esmero, Carlos desde o início planejou vender o Jiujitsu como a melhor arte de combate já criada e sua família a que tinha o melhor jiujitsu, participar de lutas ensaiadas demoliria sua estratégia de fortalecer aquela marca.

Mas o pior do George era não obedecer o irmão, portanto Carlos escolheu o Hélio, caçula que idolatrava o irmão mais velho. Hélio era o oposto de George, disciplina deveria ser seu sobrenome. Criou-se a lenda de que Hélio desenvolveu o Jiujitsu junto com o irmão, nada disso, Carlos planejou tudo com cuidado.

Geração após geração foi-se definindo o campeão da família. Esse papel de campeão além do Marketing vital para aquele negócio, tinha outra estratégia crucial. Para enfrentar o campeão, um desafiante teria que enfrentar um aluno menos graduado para provar seu valor, dessa forma eles poderiam avaliar como o sujeito lutava e se prepararem em cima das fraquezas com um treino direcionado. Não existia um estilo de luta Gracie, existia o estilo necessário para cada luta em particular, metricamente calculado com o que funcionava e muito bem treinado.

O Estilo Gracie

Se existe um meio onde se mais tem charlatão, esse meio é nas artes marciais, toda esquina tem um mestre que criou sua própria arte marcial aprendida de um japonês ou chinês que mantinha um segredo medieval. As Artes Marciais parece um pouco com outros campos, para se ter uma idéia de protocolo, alguns líderes de clã samurais sequer sabiam lutar, mantinham a liderança porque eram os responsáveis pelos documentos da escola, passada de pai pra filho.

É um negócio rentável, basta dizer que não pode lutar porque tem segredos que poderiam matar o adversário e viver um tempo enganando as pessoas enquanto toma dinheiro delas. Carlos desde o início foi prático quanto a isso.

Os Gracies nunca tiveram cerimônia para manter os nomes em japonês dos golpes, talvez sequer tenham aprendido. Não lembro se há menção no livro da Reila, mas há relatos de que um ex-aluno do Conde Koma afirmou na década de 30 ou 40 que os Carlos nunca chegou a ser faixa-preta pelas mãos do Conde. Isso não tem importância, na época não existia uma clara definição sobre faixas, o que importa é que ele aprendeu a lutar e aprendeu a enfrentar desafios. Ele poderia ser tratado como mais um empresário com superior incompleto que deixou a escola para criar um império.

Os Gracie mantiveram a luta de solo como foco do seu estilo porque em um desafio com poucas regras definidas toda luta vai para o chão e se você não domina, você é dominado com facilidade, estratégia boa para 5 irmãos franzinos.

Ele nunca admitiu, mas também nunca condenou as afirmações que eles desenvolveram a luta de chão que fez o Jiujitsu Gracie tão especial, eles não inventaram nenhum golpe, nenhuma “alavanca” como se mitificou.

A praticidade do Carlos sempre favoreceu o combate e as técnicas que funcionavam, qualquer outra coisa era deixado de lado, concentração total na vitória das lutas. Poderíamos até traçar um paralelo com certificações técnicas, a única certificação válida para Carlos era a prática, a que trouxesse vitórias.

A Empresa

A família chegou a ter várias academias frequentadas pela elite carioca, desde desembargadores, passando por senadores a presidentes da república. Até os infortúnios conspiravam a seu favor, como o caso quando foram presos por espancarem um desafeto e receberam um indulto do próprio Getúlio Vargas. Esse networking facilitava muito as coisas.

Os Gracies treinavam e mantinham os melhores alunos como se fossem membros da família, eles sabiam que nunca se tornariam o Campeão da Família, mas eram reconhecidos dentro da empresa e ganham muito bem, até porque era do interesse do Carlos que eles fossem muito bons para evitar ao máximo expor o campeão e ainda por cima serviam como o melhor “sparring” que existia e de graça.

Numa época que não existiam startups e nenhuma empresa colocava refrigerantes e puffs para seus “recursos”, Carlos levava seus alunos para morar consigo, frequentar sua chácara e ensinar em sua academia como um irmão Gracie. Isso é tratamento de sucesso com seu empregado, o resto é bobagem.

O Negócio

Frases bem trabalhadas e expressões como “Se você quer um braço quebrado contate Carlos Gracie neste número” eram constantemente veiculadas nos principais jornais da então capital do Brasil.

Carlos queria vender o Jiujitsu como a arte mais eficiente e sua família como possuidora do melhor Jiujitsu, dessa forma mesmo quando a família perdia para outro membro do Jiujitsu eles ainda se beneficiariam, já que apenas o Jiujitsu pode vencer o Jiujitsu e aquela derrota com o tempo desapareceria, como ocorreu com todas as derrotas dos Gracies.

Carlos se cercava de todas as nuances para fazer seu negócio prosperar, ele “inventou” até uma dieta que ficou conhecida como Dieta Gracie e clinicou como nutricionista por muitos anos quando nem existia essa profissão. Existe a teoria de que ele não inventou essa dieta, copiou de um médico argentino. De qualquer forma ele pensou em tudo em volta do negócio Gracie, desde o estilo ao modo de vida que eles deveriam levar.

O negócio de vale-tudo passou por períodos de brilho e períodos de ostracismo, a família nunca “mudou de ramo”, apostou sempre no produto e souberam esperar o timing certo. Não dá para especular o que ocorreria se outro Gracie tivesse levado o modelo aos USA em outro momento, se fosse na época de Bruce Lee provavelmente ninguém teria dado bola, atores faziam mais sucesso do que artistas marciais. O Certo é que no momento que o Rórion levou o Jiujitsu Gracie para o celeiro do Show Business, o formato do negócio estava trabalhado por quase 80 anos.

Tanto que nos primeiros 3 show do UFC, seu irmão Royce, que nem era o Campeão da Família, sequer um dos melhores da família, venceu com tanta facilidade que parecia brincadeira de criança, muitos chegaram a duvidar da veracidade das lutas, tamanha a facilidade.

Os brasileiros são os maiores vitoriosos no contexto geral dentro desse esporte/negócio, porque o modelo e formato estava bem trabalhado por aqui pelos Gracies. Pena não termos empresários liderando as principais organizações de lutas, daí podemos comparar Carlos Gracie ao Barão de Mauá, empreendedores solitários em uma país não propício a empreendedorismo.

A família se desentendeu como em toda sucessão empresarial familiar, mas hoje todos aqueles que vivem do MMA devem agradecer a esse empreendedor. Filtrei alguns pontos importantes da visão que o Carlos Gracie teve para seu  negócio, mas a história é muito mais interessante do que esse resumo/review, deixei de fora alguns pontos polêmicos como seus mais de 20 filhos com diversas esposas, mas o legado do Carlos é maior do que alguns percalços que tenha provocado.

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Sobre exigências em vagas de emprego

Bem rápido uma opinião sobre o tema lançado na @java_ce, em outro momento eu discorro mais sobre:

Imagina que você é profissional de RH com formação clássica onde todas as outras profissões são bem delineadas em relação a responsabilidades, o que voce colocaria na vaga?

Ainda não chegamos a definir o que somos, o que fazemos, imagina pessoas de outras áreas. Dentro da grande área que eu poderia marcar como computação – só uma definição imprecisa para nos situarmos – não temos essa delimitação e tudo tende a fragmentar ainda mais.

Teoricamente eu colocaria Cientista da Computação ou Bacharel em Sistema da Informação que já bastaria, mas hoje as empresas sabem que não representa nada, mais a frente volto nesse tema.

Há 5 anos um profissional poderia se autodenominar “programador Java” ou “programador .net”, hoje se ele fizer isso já limita sua empregabilidade. Hoje precisamos de profissionais que não coloquem suas preferências tecnológicas acima das necessidades da empresa, que resolva os problemas com a melhor solução para aquele problema.

Educação atual

Diante dessa necessidade que evidenciei no parágrafo anterior, as escolas atuais não estão preparadas para preparar profissionais para a nossa era, quando eu digo profissionais eu estou me referindo a todos, um pesquisador é um profissional – enfatizo isso porque aqui no Brazil há uma pequena confusão sobre o papel de um pesquisar, ainda mais porque existem pesquisadores públicos carreiristas que lançam papers que ninguém lê e não tem responsabilidades de produzir.

A Terceira Onda

Na era da “Terceira Onda”, Alvin Toffler diz: “A escola precisa preparar os alunos a aprender a desaprender para reaprender”.

Diferente de um médico que basta se especializar em seu campo de atuação, como cardiologia – só para exemplificar, nós em contrapartida precisamos ser clínicos gerais com múltiplas especializações que muda radicalmente a cada meia década e com tendencias a mudar a cada trimestre – em mais uma analogia imprecisa.

Isso se dá porque o corpo humano não muda seu funcionamento no próximo trimestre, enquanto o que fazemos tende a aperfeiçoar não só seus métodos, materiais [ferramentas] e necessidades ao longo do tempo, muda também os princípios básicos que estão fundamentadas. Ok, máquina de turing ainda define a computação que conhecemos, mas a distância entre a teoria de Chomsky e a evolução das linguagens avança num ritmo que não vemos em nenhuma outra área, olhe que nem temos teoria matemática sólida para orientação a objetos e temos todo um corpo de estudo.

Algumas pessoas veem nisso o terror, eu não os condeno, ainda mais se sua formação educacional clássica o moldou a pensar na segunda onda, industrial. Nós somos de uma profissão criada na e para a terceira onda.

Sobre a filosofia universitária

A educação clássica industrial já foi criticada pela forma, estrutura e burocracia por Schopenhauer em sua obra “Sobre a Filosofia Universitária” e por essência pelo Aldous Huxley principalmente em “A Situação Humana” e “Admirável Mundo Novo” – na minha visão.

Não vou entrar nesse tema, vou escrever mais sobre isso no futuro sobre como a educação na nossa era ainda não se encontrou.

Nesse momento o ponto principal que quero chegar é sobre a condição do aluno médio.

Passividade

O grande problema atual não é porque a escola/universidade não consegue ensinar ou como dizem: “preparar o aluno para o mercado”, é sobre como as pessoas são passivas em um admirável mundo novo que precisa de pessoas ativas.

Que a escola não está preparada, isso todo mundo já percebeu em algum momento, mas o problema é mais profundo e  agora visualize a seguinte situação para entender em apenas 3 atos:

1 – Alguém envia um vaga de estágio para uma lista de discussão, essa pessoa não aparenta ter vínculo algum com a empresa da vaga;

2 – o primeiro a responder pergunta para onde deveria enviar email;

3 – o segundo envia o currículo para a própria lista e não para o responsável.

Agora veja só, de que adianta uma pessoa cursar universidade, estudar cálculo 1, 2 e 3, álgebra linear, lógica de programação, banco de dados – teoria de como é feito um, estruturas de dados e toda sorte de matérias de nível superior se essa pessoa não consegue ser proativa.

Básico, se você não entendeu o problema nessa situação que relatei, então não será com uma explicação minuciosa que irei te provar ser grave.

Isso não é culpa da escola, é de vida, é uma pessoa doutrinada a esperar a vida seguir uma espécie de rumo natural, onde ele estuda formalmente em uma instituição definida e controlada pelo estado, arruma um emprego, constitui família, se aposenta e morre.

Esse tipo de profissional é a média, portanto a maioria absoluta. De quê adianta exaltarmos os “outliers” se quem faz a máquina andar é o cidadão médio?

Não sei o que pedir

Eu já trabalhei na indústria, uma das queixas do “pessoal de RH” era de que não tínhamos definição dos cargos no setor – chamávamos e éramos chamados de CPD, não, não sou tão velho 🙁

Todo mundo “crimpava” cabo de rede, dava manutenção no servidor, configurava o recém lançado SQL Server 7, criava “rotinas” no ERP feito em C e vez por outra recebia ligação da recepção porque o telefone estava mudo, sim, era uma situação de cão.

Nessa época a gente mandava colocar no currículo tudo que fazíamos, a lista era imensa. Em alguns CPDs, principalmente aonde tinha mainframe, havia uma clara distinção de pelo menos dois perfis, programador e técnico/admin de rede. Nas empresas pequenas e médias já não tinha muito bem essa distinção.

No começo da década de 2000 a coisa mudou de figura radicalmente, alguns papéis como Analista de Sistemas, Gerente de Projetos, entre outros, começaram a delinear os cargos e perfis. Agora já colocávamos na descrição das vagas algo como: “UML, Java, EA”.

E o caos voltou…

Por volta de 2005 pra cá essa situação que vivi na década de 90 e vi na década de 80 começou a arranhar uma volta, hoje com a popularização de devops, não se admite que um profissional não saiba configurar pelo menos um servidor. Como falei antes, o programador que se autodenominar de “Programador whatever” já não serve.

Se voce se chama programador rails, programador java ou programador .net, se acostume, você está com seus dias contados – pelo menos na próxima meia década.

Frente a isso é muito comum vê hoje vagas com centenas de requisitos, linguagens, frameworks e coisas que teoricamente não fazem sentido.

Na última vaga de estágio anunciada eu tentei reduzir ao máximo e pedir somente lógica de programação, seja lá o que for isso, para receber todo mundo e analisar cuidadosamente cada perfil.

Não me assusta alunos com 6 ou 8 semestres em nível superior não estarem preparados para o mínimo necessário esperado em sua profissão e acusarem as empresas de “pedirem em excesso”, o que me impressiona mesmo é a mentalidade industrial.

Hoje especialmente você tem uma escolha muito grande aonde trabalhar, parece brincadeira, mas não é, se falar inglês e ter proatividade, escolhe quanto quer ganhar.

Agora o que é proatividade?

Aqui no Ceará nós chamamos de desenrolado. Simplesmente é uma pessoa que se cria, você não precisa mandar fazer, ele detecta uma necessidade, pesquisa sobre isso, procura quem sabe, pede conselhos, opiniões e resolve. Ou pelo menos aponta que encontrou o problema e precisa de ajuda para resolver.

Hoje esse profissional é fora da curva e você tem que ralar muito para encontrar. O médio espera você mandar fazer.

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